Álbum ao vivo de 1974 redescobre fase "heavy metal" do Queen
Muito antes dos shows grandiloquentes da década seguinte, com repertórios de sabor mais pop, o Queen de 1974 causava furor em pequenos teatros da Inglaterra, com capacidade para 3.000 pessoas, quase sempre esgotada. Na receita, mínimas pirotecnias —apenas gelo seco— e peso. Muito peso.
Esbanjando carisma, embora um pouco mais "tímido" para seus padrões, Mercury já insinuava seu lado mais performático e operístico, em uma época em que a banda dispensava músicos auxiliares e parecia fazer questão de reproduzir ao vivo as harmonias vocais de estúdio. Como uma diva glam e persa, Freddie aparece vestido todo de branco na primeira parte do show de novembro, o de março conta apenas com trechos no DVD, em referência ao lado A de "Queen II", o da Rainha Branca. No trecho final, de preto, ele encarna a majestade negra e diabólica do lado B do álbum. É sob esse alterego que Freddie se mostra mais Mercury. "Minha luva..gostaram dela? São diamantes verdadeiros. Presente do diabo em pessoa", provoca para emendar a pesadíssima "Stone Cold Crazy", mais tarde coverizada pelo Metallica.
Em meio aos esporros sonoros, "Live at Rainbow´ 74" ainda guarda sutilezas que só justificam ainda mais o lançamento. Mimos para os fãs: "The Fairy Feller's Master-Stroke", em seu único registro ao vivo, "Bring Back That Leroy Brown", em versão instrumental na íntegra, e "Modern Times Rock 'n' Roll", com os vocais de Freddie Mercury, que substitui os do baterista Roger Taylor da original.
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