A obsolescência do rádio nas ondas do Queen

om o passar do tempo, surgem novas tecnologias que tiram o foco daquilo que julgávamos como veículos de comunicação eficazes e inabaláveis. Então, a quantas anda o rádio? Como ele está em relação à internet e todo o seu conteúdo disponível na palma da mão?

Estamos vivendo uma época mudanças tecnológicas. A cada dia surgem novos avanços, que tiram cada vez mais o foco daquilo que anteriormente julgávamos como meios de comunicação eficazes e inabaláveis. E no meio desse mundo digital, surge um novo veículo de comunicação em massa quebrando cada vez mais as ondas eletromagnéticas dos rádios: a internet e suas redes, que tem atraído aproximadamente 61,2 milhões de brasileiros com acesso à rede no local de trabalho ou em casa, sendo 46,3 milhões usuários ativos, colocando o Brasil como o terceiro colocado no ranking mundial de acesso à internet.

Diante de todo esse universo tecnológico, onde os jovens dão preferência a seus aparelhos modernos e inovadores à socialização, o rádio fica cada vez mais retrógrado. Segundo pesquisa do IBOPE, 28% dos ouvintes de rádio brasileiros possuem de 12 a 24 anos, e através deste dado é possível visualizar, em um futuro não muito distante, que sua tendência é decair cada vez mais, mesmo não sendo atualmente um veículo de comunicação obsoleto.

O que na verdade os atuais ouvintes buscam é interação e proximidade que o rádio os proporciona, principalmente em cidades pequenas, onde ainda liga-se para as emissoras para pedir uma música ou conversar com o locutor. E a internet possui esse mesmo poder de interação, afinal, podemos expressar aquilo que pensamos ou gostaríamos de passar, o que nos leva a um paralelo entre gerações: na verdade, o que as pessoas sempre buscam é receber e transmitir informações.

Porém, essa observação sobre uma possível obsolescência do rádio não é algo atual. Em 1984, curiosamente o ano em que é colocado à venda o primeiro computador Macintosh da Apple, em Los Angeles, o baterista Roger Taylor escrevia a música Radio Ga Ga, que levou a banda britânica Queen ao primeiro lugar nas paradas de sucesso em dezenove países, mal sabendo aquelas pessoas o que ele realmente queria dizer. A música soa como um
desabafo do músico, chamando a atenção do mundo para as mudanças tecnológicas que poderiam ultrapassar as diversas frequências do rádio. Vejamos abaixo a letra completa da música:

“Eu olharia sua luz, meu único amigo/ Pelas noites adolescentes/ E tudo que eu preciso saber/ Eu escuto no meu rádio
Você deu a eles todas aquelas estrelas antigas /Entre guerras de mundos invadidos por marte /Você os fez rir, você os fez chorar Você nos fez sentir como se pudéssemos voar, rádio.
Então não se torne apenas barulho de fundo /Um apoio para as garotas e garotos /Que não sabem, ou não se importam
E só reclamam quando você não está /Você teve seu tempo,você teve o poder /Você ainda terá sua melhor hora, rádio

Tudo que ouvimos é rádio Ga Ga /Rádio Goo Goo /Rádio Ga Ga
Tudo que ouvimos é rádio Ga Ga /Rádio blah blah
Rádio o que há de novo? /Rádio, alguém ainda te ama!

Nós vemos os shows, nós vemos as estrelas /Em vídeos, por horas e horas /Nós dificilmente temos que usar os ouvidos
Como a música muda através dos anos! /Vamos esperar que você não nos deixe, amigo /Como todas as coisas boas /Dependemos de você /Então apareça, pois sentiremos sua falta /Quando crescermos
cansados /De todo esse visual
Você teve seu tempo, você teve o poder/ Você ainda terá sua melhor hora, rádio.”

Observando a letra da música, percebemos implicitamente que um outro veículo de comunicação roubou, naquela época, a atenção dos jovens do rádio. A televisão, com suas séries, filmes e vídeos, é um veículo mais dinâmico, por aliar conteúdo sonoro ao visual, enquanto no rádio, querendo ou não, as pessoas visualizam mentalmente o que se passa do outro lado. Porém não foi suficiente para que tirasse completamente a atenção do rádio, já que até hoje existem milhares de ouvintes, e dependendo da segmentação de determinado produto ou serviço, pode ser uma ótima ferramenta para alcançar seu público alvo.

O que nos chama atenção é que naquele período, a ameaça era a televisão e seus diversos atrativos, e hoje é a internet e as redes sociais e aplicativos, que lentamente tem levado consigo uma geração inteira, atraída pela infinidade de atividades e informações disponíveis na palma da mão, e como já dizia Albert Einstein, "Eu temo o dia em que a tecnologia vai ultrapassar a interatividade humana. O mundo terá uma geração de idiotas."

Devemos então, enquanto administradores, nos atentar para essa grande expansão tecnológica, que nos oferece uma gama de oportunidades. A cada dia surgem novas ferramentas que nos auxiliam principalmente por seu efeito multiplicador e possibilidade de visualização universal, gerando um diferencial competitivo, deixando as empresas que pararam no tempo cada vez mais distantes, surgindo assim novas oportunidades de negócios, visto que cada vez mais as pessoas buscam a facilidade e comodidade das compras pela internet, além de poder pesquisar à distância preços, tamanhos, variedades, entre outras coisas. A grande jogada é investir no que mais cresce no momento tentando manter-nos lado a lado aos avanços, a fim de que nós, administradores, não nos tornemos antiquados em relação ao mercado atual.

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