Entrevista dada por Adam Lambert, Brian May e Roger Taylor para o website austríaco We Got It. O show na Áustria foi no dia 1o de fevereiro 2015
(fonte: adamlamberbrasil.com -3 fev 2015)
Brian May: Claro, é o Queen. Porque eu e o Roger estamos fazendo isso, e nós somos o Queen! Freddie é para se ouvir e ver. E Adam Lambert também, e isso é ótimo.
O que podemos esperar do show ?
May: É um grande show, provavelmente o maior que vocês encontrarão por aí. 100% Queen! Não é um show nostálgico, mas rock’n’roll puro e verdadeiro.
Roger Taylor: O show está maravilhoso. Eu e Brian fomos um time por todos esses anos e Adam nunca está preocupado em não conseguir aguentar os hits.
Adam Lambert: Eu cresci como performer com o Queen e acredite, cresci muito mais agora. No nosso primeiro encontro quatro anos atrás eu estava tímido, mas Roger e Brian me deram a força para preencher o lugar do lendário Freddie com louvor.
Adam, de onde vem a coragem para cantar essas músicas não apenas famosas, mas também complicadas?
Lambert: A maior descarga de adrenalina vem da plateia. Todos sabem de cor os hits do Queen. Essa é a metade da batalha. Eu tenho apenas um caminho livre de erros para percorrer (risos). Claro que isso poderia dar completamente errado e ser até embaraçoso. Mas funciona. Porque nós respeitamos o conceito original da banda.
Taylor: Esse agora é nosso time dos sonhos. Adam pode fazer tudo isso, e todos os shows anteriores foram como um triunfo.
Qual a diferença do Queen ao vivo em 2015 e dos grandes shows dos anos 70?
May: Esses têm sido os melhores shows que já fizemos, e eu penso que Freddie teria concordado. O show é enorme. Eu e Roger estamos tocando agora melhor do que nunca. Nós temos uma produção bombástica. O maior show que já colocamos na estrada.
Adam, como você realmente descobriu o Queen?
Lambert: Eu cresci com essas canções. Não existe um evento esportivo sem tocar “We Are The Champions”. Essas músicas já fazem parte do nosso DNA. E então eu vi um vídeo do Queen e isso chamou minha atenção, porque não há nada melhor! Como Freddie encenava e como ele lidava com a audiência. Isso era mágico.
2005 e 2008. Vocês fizeram turnês com Paul Rodgers. Porque Adam Lambert agora é o melhor cantor?
May: Os shows com Paul foram ótimos e eu me lembrarei deles para sempre. Mas isso é diferente porque nós tocávamos seus hits e íamos para um lado mais ‘blues’. Mas agora com Adam é 100% Queen de novo. E isso é o que queríamos. Provavelmente não há uma música do Queen que ele não consiga cantar. Com Paul, isso era um pouco mais limitado.
O que faz Adam ser tão especial?
May: Claro que ele não é Freddie, mas muito do que ele faz me faz lembrar do jovem Freddie. Ele tem um poder incrível e um grande alcance vocal.
Taylor: Eu não consigo imaginar que precisaremos de outro cantor além de Adam, ou mesmo iríamos querer outra pessoa. Ele é perfeito.
Nós teremos na sequência algum CD Queen + Adam Lambert? Novas músicas?
Taylor: O mais importante agora são os shows. Nós estamos inventando o novo. Estamos aproveitando o momento e vendo o que acontece. Mas nós não falamos ainda sobre novas canções.
Quanto do espírito de Freddie ainda permanece no Queen?
Taylor: Freddie está sempre em nosso pensamentos e claro, pensamos nele todos os dias antes dos shows.
Lambert: Cada nota que eu canto no palco, cada passo que eu dou, eu penso em Freddie. Mas não para tentar copiá-lo, porque isso seria um sacrilégio, mas para fazer justiça a ele.
No outono vocês lançaram o dueto “There Must Be More To Life Than This” com Michael Jackson…
May: Eu tinha alguns demos incompletos que Freddie e Michael tinham gravado juntos em 1983 para seu álbum solo e, então, os aperfeiçoamos para ser um hino do Queen. Foi como um quebra-cabeça ou arqueologia.
Taylor: Essas músicas foram totalmente esquecidas. Mas agora estou contente que a encontramos, porque o mundo precisa de novas músicas do Queen.
E há alguma outra música inédita?
May: Temos alguns demos e fragmentos, talvez em algum momento, podemos tornar isso público.
Taylor: Tem também uma outra versão do dueto com Jackson. Uma melhor, mas nós não fomos autorizados a tornar público. Ela estará no novo álbum de Jackson.
Primeiro, Freddie Mercury, então Paul Rodgers, agora Adam Lambert. Quão diferente são as formas deles de trabalhar?
Taylor: Freddie foi a pessoa mais cooperativa que eu conhecia. Ele encorajava qualquer ideia de fora e era extremamente flexível. Era um trabalho dos sonhos com ele. Paul estava preso em seu próprio mundo. E Adam faz tudo que dizem para ele fazer. (risos)
Vocês participaram recentemente do Helene Fischer Show, isso não foi um pouco decadente para o Queen?
May: Pelo contrário! Como resultado, muitos fãs na Alemanha e Áustria prestaram atenção em nosso vocalista. Antes eles não sabiam o quanto ele era bom.
O Queen realmente precisa estar nesses programas de TV? --- May: Isso ajuda muito. Mesmo na Inglaterra. Estivemos fazendo alguns shows com Adam desde de 2012, mas muitas pessoas raramente ouviam falar do Adam. Mesmo alguns dos meus amigos perguntavam “Ele tem o que é preciso?” E então nós tivemos aquela apresentação no The X Factor e tudo mudou. Agora todos dizem apenas, “P***, como esse novo cantor é bom!”
Porque vocês fazem isso ainda? Com todos os milhões, vocês poderiam estar desfrutando do sucesso com suas aposentadorias.
May: Nós poderíamos não fazer mais, nós queríamos e podíamos. Mas os fãs amam o Queen. Para muitos, essa é a única chance de ver Queen ao vivo depois que Freddie, infelizmente, foi tirado de nós tão cedo.
Taylor: Eu deveria estar fazendo o habitual? Morrendo de tédio num iate? Não. Quero o palco!
E como vai o baixista John Deacon?
May: Pelo que eu sei ele vai bem. Eu não o vejo já tem algum tempo. Ele nos deu sua permissão para fazer essa turnê, se não nós não estaríamos fazendo isso. Mas exceto em reuniões financeiras, nós raramente nos encontramos. Ele quer sua paz e nada mais de rock’n’roll, então respeitamos isso.
Adam, quantas vezes você se pergunta se isso tudo não é um sonho?
Lambert: Todos os dias, porque isso é realmente mais do que surreal. Um presente de Deus. Eu me vejo pensando repetidamente “Ai meu Deus, isso realmente está acontecendo agora? Eu realmente estou cantando minhas músicas preferidas com a minha banda favorita? Eu mereço isso?” É uma enorme honra e eu também sou muito humilde sobre o fato dos fãs me aceitarem.
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