Barcelona, historia de um mágico encontro - parte1

Um sonho, uma ilusão, uma cidade, uma palavra: “Barcelona” encontrou Freddie Mercury e Montserrat Caballé unindo há 27 anos atrás dois gênios da música em um álbum cheio de amizade e riqueza sonora e que hoje é considerada como uma obra mestra.

 

(Texto de Joan Navas para Aqueenofmagic.com) PARTE 1

Sobre o encontro de Montserrat e Freddie

e a realização do álbum

Quando eu era pequeno, eu ouvi a canção "Barcelona" na trilha sonora das Olimpíadas de Barcelona em 1992. Depois de muitos anos, quando ela sempre toca, continua mantendo esse afeto e emoção, transmitindo a amizade e a admiração mutua entre Freddie Mercury e Montserrat Caballé. Claro, ao longo dos anos ganhou em memórias e sentimentos cada um dos que ouvem esta melodia. Quando eu cresci, percebi que um álbum foi gravado juntando 2 grandes artistas, e assim tive a oportunidade de descobrir e ouvir o álbum inteiro. Fiquei impressionado, surpreendido, apaixonado, principalmente pelos 3 aspectos principais: a união dos 2 gênios, o riqueza musical e capital de risco em 1988, mas a gravação se comportou bem. Este um álbum de culto é marco na história da música popular. É por isso que 27 anos após a publicação, o pagamento de um tributo emocional desperta a lembrança intensa na memória da música.

 

Na edição 123 da revista Rolling Stone, de janeiro de 2010, 3 pessoas apareceram na capa: Bono Vox, Mick Jagger e Bruce Springsteen com a manchete: "50 músicos mais importantes do Rock". Nessa lista, Freddie Mercury apareceu em 31o, com esta descrição bonita: "excessivo, apaixonado e proprietário de uma garganta divina, Freddie Mercury vive na área reservada para divindades de rock em seu próprio espaço à direita. Impossível duvidar de suas habilidades de composição -Bohemian Rhapsody, Somebody To Love e We Are The Champions tomam sua assinatura, entrega e holofotes com o domínio de uma voz esmagadora. Inútil resistir a pureza de um longo cristal ou seu esplendor interpretativo. Ele mostrou entonação, impulsionando o Queen para o topo das paradas do mundo e cativando artistas de todos os tipos. "Para Rolling Stone ele foi classificado como No 31, mas acho que é muito mais acima.

 

Por outro lado, Montserrat Caballé, nascida em Barcelona, ​​é uma das figuras mais importantes e admiradas de ópera. A estréia internacional foi em 65, quando ela teve que substituir a americana mezzo-soprano Marilyn Horne no Carnegie Hall, Nova York, com "Lucrezia Borgia". Mais tarde, fez sua estréia no Festival de Glyndebourne no Metropolitan Opera House com a personagem de Marguerite em "Fausto", de Gounod. Também estreia no La Scala de Milão em 72 com "Norma", de Bellini e "Violetta" no Royal Opera House, Londres. Gravou e tocou grandes êxitos de sucesso (+ de 80 personagens operísticos) e é reconhecida por sua técnica vocal e suas interpretações do repertório verista e belcantista.

 

Dois artistas que são registros diferentes, o que foi que eles trouxeram na hora de gravar um álbum de estúdio? - "Acabei de ouvir a melhor voz do mundo", disse Freddie Mercury quando viu Montserrat Caballé no Royal Opera House, em Londres, em 1981. Em "Freddie Mercury, sua vida contada por ele mesmo" um excelente livro compilado e editado por Greg Brooks e Simon Lupton (publicado em 2007), o próprio cantor, se lembrava muito bem: Eu estava pensando em ideias para um 2o trabalho solo (o primeiro foi em 1985) que teve um carácter unitário e diferente. Me veio o nome maravilhoso de Montserrat Caballé " como uma onda. "Eu acho Montserrat uma voz maravilhosa disse Freddie e isso é mencionado em um canal de televisão espanhol. E ela chegou a ouvir isso. Eu nunca falei dela porque ela me ligou e disse: "Vamos fazer algo juntos." Eu estava completamente atordoado. Embora eu amava a ópera, eu nunca tinha pensado em cantar isso. Eu voei para Barcelona para conhecê-la e percebi que nós dois tínhamos o mesmo senso de humor ".

 

Freddie, através de seu empresário Jim Beach, fechou uma reunião com a soprano espanhola, no Hotel Ritz em Barcelona. "Eu pensei que eu iria fazer uma música ou apenas um duo, mas ela disse:" Apenas uma canção! Só quer fazer uma? "E eu disse:" Vamos ver como nos damos bem e se você quer mais uma musica minha ... "e, em seguida, ela me perguntou:" Quantas canções têm um disco normal de rock? - Dez, disse e ela respondeu: Bem, então fazemos dez canções. "Eu pensei, é incrível, eu vou fazer ópera! E fora do rock'n'roll !

"Eu lhe disse que iria escrever canções e ela teria que vir experimentar. Então ela revisou sua agenda e disse: "Eu tenho três dias de folga em maio, isso é tudo." Ela pensou que poderia apenas entrar e fazer mais nada, aqui está como eles funcionam, você sabe? Ela tinha que ter tudo pronto, mas eu sabia que três dias era um desafio ". Assim foi produzido por Freddie Mercury - enquanto sofria as consquências da AIDS, Mike Moran e David Richards. Engenheiros assistentes foram Richard Dodd, John Brough e Andy Mason Mercury trabalhou muito duro, porque, como ele disse: "Foi um grande risco" e ele até estudou um pouco para ter certo conhecimento de ópera, com uma disciplina distinta do rock. Freddie, também confessou: "Montserrat tem uma personalidade incrível e muito envolvente. (...) Com o álbum 'Barcelona', eu tinha um pouco mais de liberdade e oportunidade de experimentar algumas das minhas idéias malucas. "" O que mais está lá para fazer?, Ou seja, desafio a qualquer personalidade viva do rock 'n'roll fazer um dueto com a diva da ópera lendário e sobreviver !. " 

Mike Moran / Freddie:
Mountain Studios, Montreux

As composições foram organizadas por Mike Moran e Freddie Mercury. Gravado em um ano e meio (entre 1987 e 1988) no The Townhouse Studios (Londres) - os estudos habituais Queen- Montain Studios (Montreux). Masterizado por Kevin Metcalfe no The Townhouse Studios.Os músicos são: Mike Moran (teclados); O baixista John Deacon-o Queen- (baixo em "How Can I Go On"); Homi Kanga e Laurie Lewis (violino em "Barrcelona"); Deborah Ann Johnston (violoncelo no "Barcelona"); Barry Castle (tecladoem "Barrcelona"); Frank Ricoffi (percussão "Barrcelona"); Madeline Bell, Debbie Bishop, Lance Ellington, Miriam Stockley, Peter Straker, Mark Williamson e Carol Woods (vocais em "The Golden Boy").

 

Outubro de 1988 foi lançado "Barcelona" (Polydor), sob a autoria de Freddie Mercury e Montserrat Caballé (fotos: Peter Hince e Terry O'Neill). Opera é a expressão máxima do álbum, com as tendências inevitáveis ​​rock glam, e o mais elegante pop. Para este álbum Freddie registar uma evolução constante em sua trajetória musical longa. Para Montserrat também foi uma evolução, porque foi um encontro e exploração de uma gravação histórica da música. Na história da música há encontros musicalmente atraentes (na minha opinião deveria ser mais), mas, sem dúvida, este é um dos mais interessantes e atraentes e a cada escuta se descobre novas nuances e novas sonoridades.