Roger Meddows Taylor nasceu há exatos 65 anos, em Kings Lynn, condado
de Norfolk, na Inglaterra. Como outros poucos que surgiram na primeira
década do pós-guerra, cresceu, fez fama e fortuna praticando o que mais
gosta de fazer: tocando em uma banda de rock n' roll. Baterista do Queen
desde o embrião do grupo, o Smile, o músico é o mais completo dos
quatro integrantes do grupo, e não se deixou limitar pelo sucesso
coletivo. Ainda em meados dos anos 1970, decidiu se lançar em carreira
solo, que, apesar de bem sucedida, ainda é desconhecida do público
brasileiro. O Queen costuma ser mais associado ao seu vocalista, o performático
Freddie Mercury, morto em 1991 em decorrência da Aids. Aqueles que
procuram se desprender da imagem de Mercury, veem no guitarrista Brian
May um refúgio. No entanto, é Roger Taylor aquele que alçou voos mais
longínquos e seguros. Com cinco álbuns solo, uma formação paralela, o
The Cross, Taylor lançou no final de 2013, uma caixa com toda a sua
discografia particular, além de vídeos de momentos memoráveis de sua
jornada.
Desde o primeiro álbum do Queen, Roger compunha e geralmente cantava -
também tocava guitarra e baixo. São suas composições: "Modern Times
Rock'n'roll", "The Loser in the End", "Tenement Funster", "I'm in Love
with my Car", "Drowse", "Sheer Heart Attack", "Fight from the Inside",
"Fun it", "More of that Jazz, Rock it (Prime Jive)". São também de sua
autoria grandes sucessos radiofônicos da banda, caso de "Radio Ga Ga",
"A Kind Of Magic" e "The Invisible Man".
Com falsete incrível, Roger contribuía nos backing vocals e com seus
"screams", sempre apoiando Mercury nas notas mais altas durante os
shows. Canções como "One Vision", "Breakthru" e "Innuendo", creditadas
aos quatro integrantes como compositores, são, originalmente, de autoria
de Roger, assim como "Under Pressure", em parceria com David Bowie. --*ESTREIA*--
Em 1981, Taylor, já um pouco desprendido de seus colegas, resolve
lançar o seu primeiro disco solo: "Fun in Space". Três anos antes, já
havia lançado seu primeiro single: "I Wanna Testify/Turn on the TV".
Nessas canções, o músico tocava todos os instrumentos.
Em 1984, Roger lançou seu segundo álbum solo, "Strange Frontier",
abordando temas diversos. Três anos depois, mais um feito. Com o fim das
turnês do Queen, em 1986, o baterista decide lançar uma banda paralela -
The Cross - onde assume os vocais e troca a bateria pela guitarra. Taylor sempre fez uso de sua veia irônica e crítica, abordando temas de
cunho político-social, alfinetando todos os setores da sociedade, não
apenas no Reino Unido ou da Europa, mas, também, fazendo uma discussão
mais ampla das relações internacionais. "Shove It", primeiro álbum da
nova banda, é de 1988.
"Heaven for Everyone", que tem Freddie no vocal, e "Love lies
Bleeding", com todo o seu peso, traz a participação do guitarrista Brian
May. "Mad, Bad and Dangerous to Know", segundo álbum, é lançado em
1990. Mais pesado que o anterior e trazendo composições de todos os
membros. "Blue Rock", terceiro e último do The Cross, é lançado em 1991.
O projeto foi ofuscado pela morte de Freddie no mesmo ano, e na
ocasião, "Blue Rock" não foi lançado no Reino Unido, apenas na Alemanha,
onde a banda obteve bons êxitos.
Em 1994, depois de um hiato de três anos, Roger lança seu terceiro
álbum solo, "Happiness?", com um tom bem melódico e com letras
polêmicas, como "Nazis 1994", um ataque ao neonazismo. O single chegou a
ser banido de rádios e de lojas de discos do Reino Unido, porém, é o de
maior sucesso.
Quatro anos depois, Roger Taylor lança seu quarto álbum,
"Electric Fire" - segundo ele próprio, o mais subestimado de seus
esforços. O show de lançamento do disco foi transmitido ao vivo via
internet, da casa do músico para o resto do mundo. Bate recorde de
audiência e entra no Guinness Book. Roger esteve envolvido, juntamente com Brian May e Ben Elton, na
produção do musical "We Will Rock You", que esteve em cartaz por mais de
10 anos em Londres, além de ter sido apresentado em outros países.
Participou com May e Dave Stewart (Eurythmics) na direção e atuação no
evento "46664", para levantar fundos para a Fundação Nelson Mandela e
trazer conscientização para a problema da Aids. Em 2004, ele e May juntam-se a Paul Rodgers para a cerimônia do UK
Rock& Roll Hall of Fame. Os três sentiram que havia uma química
entre eles. Surgiu daí o Queen+Paul Rodgers, que entre 2005 e 2009, fez
turnês pelo mundo e lançaram dois álbuns ao vivo e um álbum de estúdio,
com músicas inéditas. Depois de uma longa espera de 15 anos, em novembro do ano passado, sai o
tão aguardado quinto álbum, "Fun on Earth", e também um box, "The Lot",
contendo todo seu trabalho ,com 12 CDs, além de um DVD. "Fun on Earth"
foi concebido sem nenhuma pressa, Roger Taylor começou a trabalhar no
álbum em 2008 e deu toda a atenção necessária para que cada faixa soasse
bem diferente, como ele disse: "criei uma montanha russa", disse ele à
época.
Roger Taylor, junto com Brian May, continua mantendo o legado do Queen
vivo, e este ano está em turnê mundial com o novo talento da música,
Adam Lambert. Roger ainda é o responsável pela formação do The Queen
Extravaganza, banda/tributo oficial do Queen, que visa manter vivo o
legado do grupo.
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3/mais-do-que-um-mero-coadjuvante-1.1065716
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