terça-feira, 29 de julho de 2014

Roger: Mais do que um mero coadjuvante!!

(Fonte: Diário do Nordeste) - MAIS DO QUE UM MERO COADJUVANTE - Sem o mesmo apelo de público do companheiro Freddie Mercury, Roger Taylor construiu uma obra além do Queen - Miguel Martins -26/7/2014
Roger Meddows Taylor nasceu há exatos 65 anos, em Kings Lynn, condado de Norfolk, na Inglaterra. Como outros poucos que surgiram na primeira década do pós-guerra, cresceu, fez fama e fortuna praticando o que mais gosta de fazer: tocando em uma banda de rock n' roll. Baterista do Queen desde o embrião do grupo, o Smile, o músico é o mais completo dos quatro integrantes do grupo, e não se deixou limitar pelo sucesso coletivo. Ainda em meados dos anos 1970, decidiu se lançar em carreira solo, que, apesar de bem sucedida, ainda é desconhecida do público brasileiro. O Queen costuma ser mais associado ao seu vocalista, o performático Freddie Mercury, morto em 1991 em decorrência da Aids. Aqueles que procuram se desprender da imagem de Mercury, veem no guitarrista Brian May um refúgio. No entanto, é Roger Taylor aquele que alçou voos mais longínquos e seguros. Com cinco álbuns solo, uma formação paralela, o The Cross, Taylor lançou no final de 2013, uma caixa com toda a sua discografia particular, além de vídeos de momentos memoráveis de sua jornada.
Desde o primeiro álbum do Queen, Roger compunha e geralmente cantava - também tocava guitarra e baixo. São suas composições: "Modern Times Rock'n'roll", "The Loser in the End", "Tenement Funster", "I'm in Love with my Car", "Drowse", "Sheer Heart Attack", "Fight from the Inside", "Fun it", "More of that Jazz, Rock it (Prime Jive)". São também de sua autoria grandes sucessos radiofônicos da banda, caso de "Radio Ga Ga", "A Kind Of Magic" e "The Invisible Man". Com falsete incrível, Roger contribuía nos backing vocals e com seus "screams", sempre apoiando Mercury nas notas mais altas durante os shows. Canções como "One Vision", "Breakthru" e "Innuendo", creditadas aos quatro integrantes como compositores, são, originalmente, de autoria de Roger, assim como "Under Pressure", em parceria com David Bowie. --*ESTREIA*--
Em 1981, Taylor, já um pouco desprendido de seus colegas, resolve lançar o seu primeiro disco solo: "Fun in Space". Três anos antes, já havia lançado seu primeiro single: "I Wanna Testify/Turn on the TV". Nessas canções, o músico tocava todos os instrumentos.
Em 1984, Roger lançou seu segundo álbum solo, "Strange Frontier", abordando temas diversos. Três anos depois, mais um feito. Com o fim das turnês do Queen, em 1986, o baterista decide lançar uma banda paralela - The Cross - onde assume os vocais e troca a bateria pela guitarra. Taylor sempre fez uso de sua veia irônica e crítica, abordando temas de cunho político-social, alfinetando todos os setores da sociedade, não apenas no Reino Unido ou da Europa, mas, também, fazendo uma discussão mais ampla das relações internacionais. "Shove It", primeiro álbum da nova banda, é de 1988.
"Heaven for Everyone", que tem Freddie no vocal, e "Love lies Bleeding", com todo o seu peso, traz a participação do guitarrista Brian May. "Mad, Bad and Dangerous to Know", segundo álbum, é lançado em 1990. Mais pesado que o anterior e trazendo composições de todos os membros. "Blue Rock", terceiro e último do The Cross, é lançado em 1991. O projeto foi ofuscado pela morte de Freddie no mesmo ano, e na ocasião, "Blue Rock" não foi lançado no Reino Unido, apenas na Alemanha, onde a banda obteve bons êxitos.
Em 1994, depois de um hiato de três anos, Roger lança seu terceiro álbum solo, "Happiness?", com um tom bem melódico e com letras polêmicas, como "Nazis 1994", um ataque ao neonazismo. O single chegou a ser banido de rádios e de lojas de discos do Reino Unido, porém, é o de maior sucesso.
Quatro anos depois, Roger Taylor lança seu quarto álbum, "Electric Fire" - segundo ele próprio, o mais subestimado de seus esforços. O show de lançamento do disco foi transmitido ao vivo via internet, da casa do músico para o resto do mundo. Bate recorde de audiência e entra no Guinness Book. Roger esteve envolvido, juntamente com Brian May e Ben Elton, na produção do musical "We Will Rock You", que esteve em cartaz por mais de 10 anos em Londres, além de ter sido apresentado em outros países. Participou com May e Dave Stewart (Eurythmics) na direção e atuação no evento "46664", para levantar fundos para a Fundação Nelson Mandela e trazer conscientização para a problema da Aids. Em 2004, ele e May juntam-se a Paul Rodgers para a cerimônia do UK Rock& Roll Hall of Fame. Os três sentiram que havia uma química entre eles. Surgiu daí o Queen+Paul Rodgers, que entre 2005 e 2009, fez turnês pelo mundo e lançaram dois álbuns ao vivo e um álbum de estúdio, com músicas inéditas. Depois de uma longa espera de 15 anos, em novembro do ano passado, sai o tão aguardado quinto álbum, "Fun on Earth", e também um box, "The Lot", contendo todo seu trabalho ,com 12 CDs, além de um DVD. "Fun on Earth" foi concebido sem nenhuma pressa, Roger Taylor começou a trabalhar no álbum em 2008 e deu toda a atenção necessária para que cada faixa soasse bem diferente, como ele disse: "criei uma montanha russa", disse ele à época.
Roger Taylor, junto com Brian May, continua mantendo o legado do Queen vivo, e este ano está em turnê mundial com o novo talento da música, Adam Lambert. Roger ainda é o responsável pela formação do The Queen Extravaganza, banda/tributo oficial do Queen, que visa manter vivo o legado do grupo.
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