Esse texto não é tão 100% sobre o show de Queen e Adam Lambert em São Paulo, mas estou colocando pra mostrar o que pensam os jornalistas a respeito...
Público aprova Adam Lambert como vocalista do Queen após show em SP
O cirurgião dentista Otávio Neiva, 46, saiu de Campina Grande (PB) e veio a São Paulo só para ver o Queen, na noite desta quarta (16), no ginásio do Ibirapuera. Ele foi um dos que aprovou o americano Adam Lambert, 33, como vocalista da banda inglesa cujo tempo de carreira é bem maior que a idade do cantor.
"Eu queria ver o Brian (May, guitarrista) e o Roger (Taylor, baterista). Tinha que ter alguém cantando. Mas gostei dele. Valeu muito a pena", conclui Mercury, como os amigos de Otávio, que vieram junto, o chamam, em referência ao ex-vocalista original do Queen, que morreu em 1991.
O arquiteto Denis Elias, 36, desfilou elogios a Lambert, no final do show. "Não dá para comparar os três vocalistas (que o Queen já teve). O Freddie e o Paul (Rodgers) eram bem diferentes, e o Adam também. E gostei muito dele. É um showman, simpático, com grande presença de palco", disse.
Se Adam conquistou o público mais velho, que conheceu o Queen com Mercury nos vocais, ele também fez a alegria dos fãs mais jovens da banda. É o caso da estudante Giovanna Benedette, 17, que foi ao show com os pais. "Adorei o Adam. Sabe o que acontece? As pessoas pensam que ele entrou para substituir o Freddie, mas, na verdade, o que ele faz é uma homenagem", falou a garota.
A mãe de Giovanna, Siomara Benedette, 52, apoia a filha na aprovação ao cantor. "Ele tem um timbre de voz maravilhoso. Eu o achei apenas um pouco extravagante, mas, pensando bem, Freddie também era", compara.
O show
O Queen antecipou em São Paulo o show que faz amanhã, no Rock in Rio. Durante 2h20, a banda repassou a carreira. Enfileirou no setlist de canções não tão conhecidas, como "In the Lap of the Gods", do álbum "Sheer Heart Attack", de 1974, a clássicos, como "Somebody to Love" e "We Are the Champions". Outra de "Sheer Heart Attack" que entrou foi "Killer Queen", que Lambert cantou sentado em uma poltrona roxa.
O vocalista não é toda essa fábula que o público mais empolgado acha que é. Na maior parte do tempo, sua presença mais incomoda do que agrada. Mas quando o cantor acerta, o show cresce absurdamente. Lambert tem uma sequência em que domina o espetáculo, e parece inverter a situação. Em "Save Me" e "Who Wants to Live Forever", ele faz o Queen penetrar no seu universo vocal e performance, e não o contrário, quando tenta se adaptar ao grupo. O cantor ainda se dá bem em "Show Must Go On". Mas é só.
Como homenagem a Freddie Mercury, funciona. Como show do Queen, decepciona um pouco. O ídolo surge no telão três vezes. Na primeira, canta um trecho de "Love of My Life". Na última, chega a 'duelar' nos vocais com Adam, em "Bohemian Rhapsody". Mas não há grandes versões de qualquer uma das músicas do grupo, exceto nas duas citadas, em que Adam toma conta.
O lugar não ajudou. A péssima acústica do ginásio do Ibirapuera estragou a parte inicial da apresentação. Para quem estava na pista, próximo ao palco, o som, além de embolado, era coberto pela caixa da bateria de Roger Taylor, alta demais, no início.
Taylor trouxe junto seu filho Rufus, que atuou como percussionista e também duelou com o pai durante o solo de bateria de Roger. O rapaz ainda assumiu as baquetas em "Tie Your Mother Down".
O que não desagradou em quase nenhum momento foi a produção cênica da banda. Apesar de lembrar muito a do Pink Floyd, a iluminação em torno de um telão redondo, instalado dentro do desenho de uma letra Q, tornou o espetáculo visualmente muito bonito. Ainda assim, Brian May não precisava ter recorrido ao clichê de tocar usando uma camisa que representasse o Brasil, mas isso é outra história.
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