Com Freddie Mercury no telão e Adam Lambert brilhando nos vocais, Queen emociona em São Paulo -- Banda desfilou seus hits eternos em apresentação impecável
"É uma das vozes mais lindas desse mundo". Por muitas vezes ouvi minha mãe dizer essa frase sempre que uma música da banda Queen tocava em algum lugar. Sim, Freddie Mercury é mesmo um dos maiores cantores que surgiram até hoje, com controle vocal absurdo, além de sua interpretação autêntica e inesquecível. O cantor morreu no mesmo ano em que eu nasci, alguns meses depois. Mesmo assim, por conta de minha mãe, desenvolvi um amor muito grande pela banda da qual ele fazia frente. Ela me mostrou o som deles e eu me encantei.
Nesta quarta-feira (16), tive a oportunidade de assistir ao show do Queen em São Paulo. Com dois dos membros originais, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, e o talentoso Adam Lambert no lugar de Freddie, o grupo se apresentarou para um Ginásio do Ibirapuera completamente lotado. Na porta, muita gente desesperada procurando ingressos.
Pontualmente, o espetáculo começou com uma projeção da sombra de Brian May no enorme tecido que cobria o palco. Com One Vision, Adam Lambert chegou como um verdadeiro astro da música. De roupa de couro e óculos escuros, ele estava de costas dando umas reboladinhas e, claro, deu aquela virada dramática que fez a galera gritar.
Don't Stop Me Now (só pra constar que foi música tema da minha formatura na faculdade) empolgou a galera e a banda seguiu numa sequência poderosa de I Want to Break Free e Somebody to Love.
O vocalista só foi falar com a plateia lá pela quarta música, para não perder o embalo nas canções, quando agradeceu Freddie Mercury e pediu aplausos. E a partir daí, taca-lhe pau nos inúmeros sucessos da banda.
Love of My Life, Brian May ficou emocionado com a plateia, que aplaudia e gritava seu nome. Ele então disse que a música era dos brasileiros, porque eles a fizeram ficar famosa, se referindo à histórica apresentação do Queen no Rock in Rio de 1985. E ao final da música, o público vai ao delírio quando Freddie surge no telão para terminar de cantar a música. Emocionante de verdade.
Antes de assumir os vocais e cantar a belíssima
Aliás, vale elogiar a produção do show, que contou com telões imensos, um jogo de luzes que criava verdadeiras ilusões, explosões, e até mesmo canhões de papel picado.
Quanto aos músicos, fica difícil avaliar a performance de May e do resto banda, tamanho o talento deles. May simplesmente destrói em seus solos, assim como Roger Taylor e seu filho Rufus, que é percusionista e também baterista, e até faz um "duelo" com o pai no palco. De arrepiar!
Uma das vozes mais potentes da música atual, Adam Lambert é a escolha certeira para acompanhar a banda. Tão carismático e performático quanto Freddie, ele dá um show com seu alcance vocal poderoso, suas dancinhas, caras e bocas, trejeitos e, como qualquer divo da música que se preze, com suas inúmeras trocas de roupa. No final do show, ele aparece com uma roupa toda de oncinha, enrolado na bandeira do Brasil e com uma coroa na cabeça. Tem como não amar?
É claro que os estilos de Freddie e Adam são bastante diferentes e até impossíveis de comparar, mas os fãs parecem ter aprovado todo o talento e glamour de Adam. No meio dos clássicos, ele ainda cantou Ghost Town, seu single mais recente. A música eletrônica ganhou uma versão rock muito interessante.
Para o bloco final, o Queen guardou alguns de seus maiores sucessos: Radio Ga Ga, The Show Must Go On, Bohemian Rhapsody e as unânimes We Will Rock You e We Are The Champions, que encerram a apresentação.
Comecei o texto falando de uma coisa pessoal porque me peguei pensando em algo que pode soar meio cafona, mas que me parece sempre muito verdadeiro... a eternidade da música.
O poder atemporal da música me fascina e me intriga. Quando boas canções surgem, elas marcam a vida de muita gente, não necessariamente nascidas na época em que foram lançadas. E, muitos anos depois, continuam a empolgar, emocionar, encantar. Dentro do Ginásio em São Paulo, todos os tipos de pessoas. A prova de que o Queen encanta gerações estava ali para quem quisesse ver. Idosos, adultos nos seus 30/40 anos, jovens de 20 e poucos, crianças e adolescentes, todos curtindo.
Com suas canções inesquecíveis, seus grandes músicos e a adição de um vocalista talentosíssimo, o Queen segue homenageando Freddie e provando essa teoria da eternidade. E eu, depois de ficar completamente embasbacado com o show espetacular que vi, só posso dizer mais uma coisa: obrigado, mãe!
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