O Queen estará entre nós agora em Setembro (e eles já estão chegando, falta pouco) ! Desta vez Brian e Rogers estarão acompanhados de Adam Lambert! Em 2008 foi a vez de Paul Rodgers a frente dos vocais do Queen. Então vamos recordar como foi a sua emocionante passagem por São Paulo naquele ano
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QUEEN+PAUL RODGERS EM SÃO PAULO - 26/27 de nov 2008
Nem mesmo esses adjetivos são suficientes para descrever o show que QUEEN e PAUL RODGERS proporcionaram ao público de São Paulo em duas datas (dias 26 e 27 de novembro), na Via Funchal - casa que foi completamente tomada por um público fiel e caloroso, ao ponto de quase provocar lágrimas no guitarrista Brian May em diversas passagens das 2h30 de espetáculo.
É fato que este não é o QUEEN de shows memoráveis em solo brazuca na primeira metade dos anos 80. Também é verdade que, se prestarmos atenção, esta é apenas a metade do QUEEN que conquistou o respeito e a devoção de milhões de fãs pelo mundo afora. Mas nem as ausências de Freddie Mercury (morto pela Aids há 17 anos) e John Deacon (que decidiu não seguir May e Roger Taylor nesta nova jornada) seriam capazes de estragar esta esperada turnê pelo Brasil.
Aliás, não se pode dizer que Freddie Mercury esteve exatamente ausente nos shows. Nem o público ou sua antiga banda, incluindo Paul Rodgers (de quem Freddie era fã assumido), deixaram que o inigualável frontman fosse esquecido. Mais um mérito do QUEEN, por sinal, foi "garantir a presença" do genial cantor entre nós. Seja nas muitas cenas exibidas no telão ou nas camisetas dos fãs, Freddie estava lá. Tanto é verdade que ele – no telão – cantou "Bohemiam Rhapsody" do começo ao fim, num dueto sobrenatural com Paul Rodgers.
Pontualmente às 22h, as luzes da casa se apagaram para que o telão em alta definição do palco começasse a exibir cenas e sons de uma chuva de meteoros. Tempestade esta que abria uma noite realmente estrelada, iluminada pelo brilho de May, Rodgers e Taylor. Aos primeiros acordes de "Hammer to Fall", todos ali já sabiam que seriam testemunhas de uma noite para entrar na história.
Talvez nem Paul Rodgers, acostumado a grandes platéias em sua brilhante carreira pré-QUEEN, à frente de FREE e BAD COMPANY, tivesse dimensão exata da sinergia única entre aquela banda e seus admiradores brasileiros. A vibração, a energia e o respeito mútuo entre fãs e artistas tornavam a atmosfera realmente diferente. Um tipo de magia que é difícil de descrever para quem não a viu e sentiu...
"Hammer to Fall" abriu uma sequência de rocks energéticos, que aqueceu o público durante a primeira parte do show. Até "C-lebrity" e "Surf's Up... School's Out", do disco novo ("The Cosmos Rocks"), foram bem recebidas pelo público. A pauleira só deu lugar a um clima acústico quando Brian May chamou ao centro do palco o amigo Paul Rodgers, que tomou o violão para executar a sua "Seagull". Bonita canção, mas nada igualável ao que viria logo depois...
Quando May retornou ao palco sozinho, apenas com um violão em punho, todos já sabiam qual seria a próxima música. "Boa noite, São Paulo. Vocês estão gostando?", perguntou o sempre simpático guitarrista, num português muito ensaiado. Emocionado, já em inglês, ele anunciou: "Agora nós vamos cantar a música que vocês inventaram". Aos primeiros acordes de "Love of My Life", a Via Funchal veio abaixo. Não é preciso dizer que May nem precisou cantar, pois o público se encarregou disso. Terminada a música, visivelmente emocionado, May se derreteu: "Eu sei que posso ser punido por falar isso, mas vocês são os melhores cantores do mundo. Não sei o que acontece, mas vocês, da América Latina, do Brasil, são especiais. Nós realmente amamos vocês!" É claro que o público respondeu à altura, ovacionando May.
Mas a emoção estava longe do fim. O set acústico teve seqüência com "'39", já com Roger Taylor e os demais integrantes da banda (um guitarrista, um baixista e um tecladista) no palco. O show, a partir daí, ficou por conta de Roger Taylor. O brilhante baterista encantou ao tocar percussão num contrabaixo elétrico – desculpe, mas é impossível descrever o que ele fez – e solar numa bateria enquanto ela era montada pelos roadies. Para fechar, nada menos do que o hino "I'm In Love With My Car". Simplesmente perfeito!
Outra seqüência matadora, que começou com "A Kind of Magic" e terminou na nova "We Believe", culminou em mais um show individual, desta vez protagonizado por Brian May. O guitarrista esbanjou em seu solo, baseado em "Brighton Rock" (música de abertura do álbum "Sheer Heart Attack"), e mostrou por que é um músico imitado por muitos e admirado por todos. Mas tinha mais: Freddie voltou ao telão para brincar com a platéia, que fez questão de reagir como se ele estivesse ali, em pessoa (e alguém duvida que ele não estava?). Lindo.
A parte final do show também foi inesquecível: "Under Pressure", "Radio Ga Ga", "Crazy Little Thing Called Love", "The Show Must Go On" (arrepiante) e, por fim, "Bohemiam Rhapsody", que contou com uma participação mais do que especial de Freddie Mercury (sempre ele). A pausa para o falso final veio bem a calhar, pois ajudou o público a retomar o fôlego. Ainda faltava o bis.
A empolgante "Cosmos Rockin'" reacendeu a galera, que manteve a chama ardendo para a execução de "All Right Now", música de Paul Rodgers em seus tempos de FREE. Para encerrar, como era de esperar, a infalível dobradinha "We Will Rock You" e "We Are the Champions", duas canções que saíram do álbum "News of the World" (de 1977) para a eternidade. Um final mais do que perfeito.
A passagem do QUEEN por São Paulo provou que, apesar do ceticismo de muitos radicais, a magia continua, mesmo sem Freddie e Deacon (ou "Deacky", como gostam de dizer May e Taylor). E quem duvidava da capacidade de Paul Rodgers, certamente deu o braço a torcer. Por isso, resta-nos desejar longa vida à Rainha e sonhar por uma nova passagem pelo Brasil.
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